quinta-feira, 2 de junho de 2011

atividade direcionada para o 8º ano

Em 1854, o cacique Seatle enviou uma carta ao presidente dos Estados Unidos, FrankIin Pierce, que desejava comprar uma imensa faixa de terra de sua tribo. A carta tornou-se famosa como um documento poético, de profundo amor e respeito pela natureza.

“A terra é sagrada
Como podeis vós comprar ou vender o céu, o calor, a terra? A idéia nos parece estranha.
Se nós possuímos a frescura do ar e os espelhamentos da água. de que maneira poderá V. Ex. comprá-los?
Cada pedaço desta terra é sagrado para meu povo. Cada espinho luminoso do pinheiro, cada rio areento, cada bruma nos bosques, cada clareira, cada zoeira de insetos é sagrado na lembrança e na vivência de meu povo. A seiva que corre nas árvores lembra meu povo.
Os mortos dos homens brancos esquecem onde nasceram, já que vão passear dentre as estrelas.
Nossos mortos jamais esquecem esta terra magnífica, pois ela é a mãe do homem vermelho. Nós somos uma parte da terra e ela faz parte de nós. As flores perfumadas são nossas irmãs; o cervo, o cavalo, a grande águia são nossos irmãos. As cristas rochosas, os aromas das pradarias, o calor de nossos cavalos e o homem — todos são da mesma família.
Assim, o Grande Chefe de Washington, mandando dizer que quer comprar nossa terra, está pedindo demais a nós. Manda o Grande Chefe dizer que nos reservará lugares onde poderemos viver, confortavelmente entre nós. Ele será nosso pai e, nós, seus filhos. Pensaremos, portanto, na vossa oferta de comprar nossa terra. Mas não será fácil. Pois esta terra, para nós, é sagrada.
O homem branco trata o ambiente como inimigo
Sabemos que o homem branco não entende de nossos costumes. Um pedaço de terra parece, a ele, o pedaço da terra vizinho, pois é um estranho que chega, ás escuras, e se apossa da terra de que tem necessidade.
A terra não é sua irmã, mas sua inimiga, e uma vez conquistada, o homem branco vai mais longe. Ele abandona o jazigo de seus avós e isso não o aborrece. Ele tira a terra de seus filhos, e isso não o aborrece. O túmulo de seus avós e o patrimônio de seus filhos caem no esquecimento. Ele trata sua mãe, a terra, e seu irmão, o céu, como mercadorias de compras, a pilhar, a vender como carneiros ou pérolas brilhantes. Seu apetite arrasará a terra e não deixará nela mais que um deserto.
Os animais são nossos irmãos
Nós pensaremos, portanto, na vossa oferta de comprar nossas terras. Mas, se decidirmos aceitá-la, eu porei uma condição: o homem branco deve tratar os animais selvagens como irmãos.
Eu sou um selvagem e não conheço outra maneira de viver. Vi mais de mil bisontes apodrecendo nos campos, abandonados pelo homem branco, que os abateu de um trem que passava. Eu sou um selvagem que não compreende como o ‘cavalo de ferro’, largando fumaça, pode ser mais importante que o bisonte que nós matamos só para viver.
O que é o homem sem os animais? Se todos os animais desaparecerem, o homem morrerá dentro de uma grande solidão. Assim, o que aconteceu aos animais, acontecerá, brevemente, aos homens. Todas as coisas dependem umas das outras.”


Jorna/da Tarde. São Paulo, 9ago. 1978.
(Fragmentos)
1. Por que o cacique Seatle acha muito difícil a idéia de vender sua terra ao presidente dos Estados
Unidos? Explique.
2. O homem branco trata a terra como sua inimiga. Como o texto procura demonstrar essa afirmação?

3. Selecione um trecho desse documento que você considere um exemplo significativo de respeito à natureza. Depois, faça um comentário sobre o trecho selecionado.

0 comentários:

Postar um comentário