quinta-feira, 9 de junho de 2011

A Crise Política do Egito


O "Dia da Revolta", ocorrido no dia 25 de janeiro de 2011, foi o estopim inicial da onda de protestos e conflitos violentos entre os civis e as forças de segurança do governo egípcio. Nesse dia, milhares de manifestantes foram às ruas exigir reformas políticas e a queda do presidente ditador Hosni Mubarak.

Os principais pontos de confrontos ocorreram nas cidades do Cairo e Suez, e aos poucos, começou a avançar por outros pontos urbanos do Egito. O "Dia da Revolta" foi inspirado nas manifestações ocorridas em dezembro de 2010, na Tunísia, país onde a população conseguiu derrubar o presidente Zine Al-Abidine Ben Ali, influenciando o mundo árabe a questionar a presença de governos fechados e ditatoriais em seu sistema político.

Egito Wikimedia Commons
Há décadas, qualquer tipo de manifestação popular no Egito era proibida, o país foi governado por Mubarak desde 1981. Um dos principais agitadores das manifestações, o grupo Movimento 6 de Abril, é um grupo político de oposição que tem convocado milhares de civis para ocupar as principais ruas e praças de Cairo e Suez.

O Movimento 6 de Abril obteve o apoio do Irmãos Muçulmanos e da plataforma política liderada pelo Nobel da Paz, Mohamed ElBaradei, que retornou da Áustria para ajudar a liderar o movimento de oposição.

A grande maioria dos civis que ocupa as ruas é composta de jovens nascidos durante a década de 80, uma geração que têm herdado problemas econômicos como desemprego, corrupção política e ausência de investimentos sociais. As mulheres egípcias, consideradas passivas pela religiosidade do país, também começaram a participar ativamente dos protestos. A religião predominante no Egito é a Islã Sunita.

Muhammad Hosni Said Mubarak. Wikimedia Commons
Depois de quatro dias de protestos, o presidente Mubarak rompeu o silêncio e determinou a renúncia de todos os ministros de seu governo, nomeou novos ministros e criou o cargo de vice-presidente, cargo antes inexistente. Na tentativa de conter as manifestações, além da repressão direta contra os manifestantes, o governo determinou toque de recolher nas vias públicas, bloqueou as telecomunicações e a Internet.

Antes do bloqueio da Internet, os jovens egípcios, maioria entre os manifestantes, utilizaram as redes sociais para disseminar pensamentos contra o governo e organizar as concentrações públicas, mas, apesar do bloqueio, os manifestantes continuaram a se organizar nas ruas e a enfrentar as forças de segurança que passaram a contar com o apoio do exército egípcio.

Além das manifestações políticas, criminosos tiraram proveito da agitação popular para saquear estabelecimentos comerciais e museus históricos, mas não se sabe se todos os saques foram realizados por bandidos ou por manifestantes necessitados.

No dia 31 de janeiro de 2011, o governo do Egito ordenou que as Forças Armadas do país não utilizassem a força contra os manifestantes. No mundo inteiro iniciou-se um debate sobre a postura do exército e das forças de segurança nas ruas, perante o número de mortos e feridos entre os civis e militares. Nos sete primeiros dias, o número de mortos era de 138. No lugar de munição real, as Forças Armadas e as Tropas de Choque iniciaram o uso de gás lacrimogêneo e balas de borracha.

9º ANO

 

Nazismo


Após a derrota na Primeira Guerra Mundial (1914-1918), a Alemanha foi forçada a assinar o Tratado de Versalhes, em 1919. De acordo com seus termos, o país perdeu grande parte de seu território, além de sofrer fortes restrições no campo militar. Foi proibida de desenvolver uma indústria bélica, de exigir o serviço militar obrigatório e de possuir um exército superior a cem mil homens. Para piorar, deveria pagar aos aliados uma vultosa indenização pelos danos provocados pelo conflito.

O Tratado de Versalhes foi considerado humilhante pelos alemães e vigorou sobre um país arrasado e caótico, tanto no aspecto político quanto no econômico. O período de crise estendeu-se de 1919 a 1933. Nesse panorama conturbado, o nazismo surgiu e se fortaleceu. Aos poucos, chegou ao governo do país, impondo-lhe uma ditadura baseada no militarismo e no terror.

Uma república desastrosa

Diante da eminente derrota para os aliados, na Primeira Guerra, o imperador alemão, Guilherme 2º, abdicou ao trono no final de 1918. Em 9 de novembro, foi proclamada a República na Alemanha. Estabeleceu-se um governo provisório, liderado pelo Partido Social-Democrata, que assinou a paz com as outras nações e convocou eleições para uma Assembléia Nacional Constituinte.


Karl Liebknecht e Rosa Luxemburgo
Entretanto, chefiados por Rosa Luxemburgo e Karl Liebknecht, os comunistas alemães viam na crise uma oportunidade de tomar o poder, por meio de uma rebelião. Porém, o governo e as forças armadas acabaram sufocando o levante, cujos líderes foram mortos. Nem por isso, o governo republicano deixou de enfrentar uma oposição de esquerda e de direita, na medida em que era incapaz de lidar com a precária economia alemã, que sofria uma terrível escalada hiperinflacionária.

A sociedade alemã empobrecia cada vez mais. Isso apenas fazia aumentar a tensão social e política, já muito grande. Em novembro de 1923, o marco alemão estava tão desvalorizado, que um único dólar equivalia a 4 bilhões e 200 milhões de marcos.

Inflação na Alemanha pós-guerra


Adolf Hitler
O Partido Nacional-Socialista foi fundado, em 1920, por Adolf Hitler, um antigo cabo do exército alemão, de origem austríaca. Defendia exagerados ideais nacionalistas, que também se misturavam ao militarismo. Nos primeiros momentos, o grupo era inexpressivo. Reunia inconformados com a derrota alemã e os que não acreditavam no regime republicano.

Em 1923, aproveitando-se dos níveis estratrosféricos da hiperinflação, Hitler e seus correligionários decidiram seguir o exemplo dos comunistas, organizando uma revolta armada na cidade de Munique. Tal como o levante socialista de 1918, porém, o golpe nazista fracassou e Hitler foi preso. Permaneceu na cadeia durante oito meses. Nesse tempo, passou suas idéias para o papel, com o auxílio de Rudolf Hess, um companheiro de partido. Assim surgiu o livro "Minha Luta" ("Mein Kampf"), que se transformaria numa espécie de Bíblia da Alemanha nazista.

Ilusões demagógicas de Hitler

Entre 1924 e 1929 as idéias de Hitler não encontraram eco na sociedade alemã. O nacional-socialismo só viria a obter respaldo popular após o advento da grande depressão mundial em 1929. Então, a já combalida economia da Alemanha entrou em colapso, com a falência de milhares de empresas, o que elevou para 6 milhões o número de desempregados.

O desespero gerado pela miséria e a incerteza quanto ao futuro, a facilidade humana de acreditar na demagogia e nas soluções autoritárias, a necessidade de resgatar a autoestima nacional depois das humilhações do Tratado de Versalhes foram alguns dos fatores que fizeram da Alemanha um terreno fértil a ser semeado pelos nazistas. O discurso de um líder carismático como Adolf Hitler oferecia segurança e a perspectiva de melhores dias, com promessas e ilusões demagógicas.

Além da classe média, dos camponeses e do operariado em desespero, as Forças Armadas também se identificavam com as posições nacionalistas de Hitler. Os grandes capitalistas alemães, por sua vez, acharam conveniente financiar os nazistas, que aparentavam protegê-los da ameaça comunista. Assim, de 1930 a 1932, o número de deputados do Partido Nazista no Parlamento alemão passou de 170 para 230.

Adolf Hitler e o início do 3º Reich

No Parlamento, o próprio Hitler que se mostrou competente no plano das negociações políticas. Desse modo, a 30 de janeiro de 1933, o líder nacional-socialista foi nomeado Chanceler, ou Primeiro-Ministro, o principal cargo executivo da República alemã. Popularmente, já era chamado de "Führer" (condutor). Tinha início o que os nazistas chamavam de III Reich (Terceiro Império), designação que se refere ao Sacro Império Germânico, da Idade Média, e ao Segundo Império, que se estendeu da Unificação dos Estados germânicos, em 1871, à República, em 1918.


O ditador Hitler e seu colega italiano Mussolini
Ideologicamente, Hitler se apropriou de idéias nacionalistas já em voga na Alemanha, radicalizando-as. Defendia a necessidade de unidade nacional, garantida por um Estado governado por um partido único, o Nazista, do qual ele era o líder supremo. Identificado com a própria nação, Hitler passou a ser cultuado como um super-homem pela imensa maioria do povo alemão.

Superioridade racial da raça ariana

O nazismo proclamava também a "superioridade biológica da raça ariana" (a que pertenceria o povo alemão) e, conseqüentemente, a necessidade de dominar as "raças inferiores". Entre estes, colocavam-se os judeus, os eslavos, os ciganos e os negros. Também era necessário extinguir os considerados "doentes incuráveis": homossexuais, epiléticos, esquizofrênicos, retardados, alcoólatras, etc. Com a ascenção de Hitler ao poder, a ideologia nazista passou a influenciar também a ciência do país, que se dedicou a inventar teorias supostamente biológicas para o racismo e o anti-semitismo.

A conquista do "espaço vital"

Com fundamento nesses princípios, o propósito nazista era construir um império ariano, puro e forte, centralizado em torno de Hitler. O passo decisivo para esse projeto se tornar realidade seria a expansão territorial e a integração de todas as comunidades germânicas da Europa num "espaço vital" único. Além da própria Alemanha, isso incluiria a Áustria, a Tchecoslováquia, a Prússia (oeste da Polônia) e a Ucrânia.

Concorrência comunista

Porém, para triunfar, o nazismo precisava combater seu principal concorrente ideológico, o socialismo revolucionário ou comunismo, com o qual teria de disputar a adesão popular. Igualmente totalitário, o comunismo também se arvorava a construir uma sociedade perfeita, não só na Alemanha, mas no mundo. Entretanto, no lugar de uma raça superior, colocava uma classe social - o proletariado - à frente do processo. Por isso, o anticomunismo constituía um ponto central do pensamento de Hitler.

Desenvolvendo uma propaganda agressiva e eficiente, administrada por Joseph Goebbels, o Partido Nazista se infiltrou em toda a sociedade alemã e controlou a imprensa, a rádio, o teatro, o cinema, a literatura e as artes. Conseguiu incutir na mentalidade do povo a visão de mundo nazista e a devocão incondicional ao Führer. A educação da infância e juventude, em especial, foi usada como uma ferramenta do Estado, para gravar no cérebro e no coração de crianças e adolescentes o orgulho de pertencer à raça ariana, bem como a obediência e a fidelidade ao "Führer".

Sturmabteilungen (SA) e Schutzstafell (SS)

Mas a vitória do nazismo não se deveu exclusivamente ao trabalho ideológico, Hitler também empregou a força para conquistar a Alemanha. Nesse ponto manifesta-se o caráter essencialmente militarista do nacional-socialismo que, desde o início, contou com a participação de organizações paramilitares próprias.


Heinrich Himmler
Para começar, foram criadas as SA ("Sturmapteilungen"), ou Divisões de Assalto, uma espécie de milícia particular nazista. Composta por desempregados, ex-militares, desajustados de qualquer espécie e até criminosos comuns, espalhavam o terror junto aos inimigos de Hitler, por meio da surra, da tortura e do assassinato. O grupo quase saiu do controle dos líderes e precisou ser transformado numa nova instituição a SS (Schutzstafell), ou Tropas de Proteção, um grupo de elite que contava com homens selecionados e disciplinados.

A partir de 1929, sob o comando de Heinrich Himmler, a SS cresceu e chegou a contar com um exército próprio, a Waffen SS (SS Armada), independente do Exército alemão. Além disso, também absorveu a Gestapo, a polícia secreta nazista, em 1939, juntamente com a qual comandaria os campos de concentração e extermínio nos países ocupados.

As vítimas preferenciais do nazismo: os judeus

Nos seis anos anteriores à Segunda Guerra Mundial, iniciada em 1939, os nazistas institucionalizaram a violência, prendendo arbitrariamente e executando seus inimigos políticos: comunistas, sindicalistas e líderes esquerdistas de modo geral.

O nacional-socialismo soube manipular os instintos agressivos do ser humano e canalizou o ódio dos alemães particularmente contra os judeus, pois existia uma tradição anti-semita entre os povos nórdicos. Desse modo, os judeus serviram como bode expiatório para todos os males alemães. A partir de 1934, o anti-semitismo tornou-se uma prática do governo, além de nacional. Os judeus foram proibidos de trabalhar em repartições públicas. Suas lojas e fábricas foram expropriadas pelo governo. Além disso, eram obrigados a usar braçadeiras com a estrela de Davi, para poderem ser facilmente discriminados.

A radicalização do anti-semitismo oficial forçou mais da metade da população judaico-alemã a deixar o país, à procura de exílio. Às vésperas da Segunda Guerra Mundial, restavam apenas 250 mil judeus na Alemanha, menos de 0,5% da população total. Com a Guerra, tanto estes quanto os judeus dos paíes ocupados por Hitler foram enviados para os campos de extermínio, o que resultou no holocausto - o massacre de 6 milhões de pessoas.

Rumo à Segunda Guerra Mundial

Inglaterra, França e Estados Unidos, as três potências democráticas, não se preocuparam em deter a ascenção do nazismo. Acreditavam que uma Alemanha forte funcionaria como um cordão de isolamento, livrando o Ocidente da influência da União Soviética. Esta, por sua vez, assinou um pacto de não-agressão com a Alemanha, em agosto de 1939, em que se comprometiam a não atacar uma à outra e se manterem neutras caso uma delas fosse atacada por uma terceira potência.

Desse modo, a Alemanha logo começou a contar com crédito e recursos internacionais e passou a prosperar. Surgiram empresas industriais poderosas, de minério, petróleo, borracha, etc., da noite para o dia. Foram construídas grandes obras públicas, como estradas e aeroportos, reduzindo rapidamente e logo acabando (ou quase) com desemprego.

A recuperação econômica deu cada vez mais popularidade aos nazistas. Ao mesmo tempo, o grosso da população alemã recuperava autoconfiança. Aproveitando-se disso tudo, Hitler gradativamente deixou de respeitar as cláusulas do Tratado de Versalhes. A partir de 1935, a indústria bélica foi reconstruída e o serviço militar tornou-se obrigatório.

O eixo nazi-fascista

Em 1938, Hitler aliou-se ao ditador italiano Benito Mussolini formando o eixo nazi-fascista. Ainda no mesmo ano, passou a controlar a totalidade das finanças alemãs, colocando-se à frente do Banco do Reich. Também anexou a Áustria e os Sudetos, na Tchecoslováquia. Eram regiões de numerosa população germânica, ricas em matérias-primas e complexos industriais. As potências democráticas e a URSS mantinham-se na passiva posição de simples observadores, mas os acontecimentos se precipitavam rapidamente na direção de uma Segunda Guerra Mundial.

CONTINUAÇÃO DO DOC PARA 8º ANO

ANÁLISE DA GUERRA

Até hoje, muito se discute por que a União venceu (ou por que a Confederação perdeu) a guerra. As vantagens da União que contribuíram para o sucesso desta, e que são largamente aceitas entre historiadores, incluem:

• A economia industrializada do Norte, em contraste com a economia agrária do Sul. Esta economia industrializada ajudou na fabricação de armas e outros suprimentos.
• A grande e eficiente malha ferroviária do Norte, que permitiu o transporte rápido de tropas. Apesar de o Sul ter ao longo da guerra mais quilômetros de ferrovias per capita, várias destas ferrovias não eram compatíveis entre si, e não formavam uma malha ferroviária consistente - as tais ferrovias serviam primariamente para o transporte de algodão dos campos para os portos. A Guerra Civil Americana foi a primeira guerra da história onde ferrovias desempenharam um importante papel.
• Uma maior população, e taxas maiores de imigração no Norte, que possibilitou que mais pessoas pudessem atuar na guerra como soldados.
• A possessão de uma forte força naval, que levou ao bloqueio econômico bem-sucedido da Confederação por mar.
• O governo estável e popular da União.
• A causa moral proclamada pela Proclamação de Emancipação, que deu à União um incentivo adicional em continuar os esforços de guerra.
• O recrutamento de afro-americanos às forças da União, após a "Proclamação de Emancipação", que foram usados primariamente como arma ideológica contra a Confederação. Afro-americanos não foram autorizados a atuar nas forças militares da Confederação até as semanas finais da guerra.
• O péssimo uso de recursos existentes em ofensivas por parte da Confederação, e na falha desta em usar táticas de guerrilha contra o sistema de transportes e de comunicação da União. • A falha da Confederação em conseguir suporte militar de qualquer outro país, primariamente por causa dos resultados da Batalha de Antietam e da Proclamação de Emancipação, em 1863.

DESFECHO

Custos da guerra
A guerra terminou com a rendição incondicional das forças confederadas. Não houve conflitos de guerrilha significante. Muitos oficiais do alto escalão da Confederação escaparam para a Europa, o México e o Brasil, entre outros países. Davis foi capturado e aprisionado por dois anos, e libertado em seguida. Nenhum oficial confederado foi processado por traição.

Baixas

Soldado confederado morto, Petesburg, Virgínia, 1865
Oficialmente, um total de 558 052 soldados morreram durante a Guerra Civil Americana. Considerando soldados desaparecidos, o total sobe para aproximadamente 620 mil. O número de feridos é de aproximadamente 275 mil na União e de 137 mil na Confederação. Estes números fazem da Guerra Civil Americana a mais sangrenta de toda a história dos Estados Unidos. Aproximadamente 360 mil soldados da União e 198 mil da Confederação morreram. O número de americanos mortos na Guerra Civil Americana é maior do que a soma de americanos mortos durante todos os outros eventos da história militar dos Estados Unidos, desde a Revolução Americana de 1776 até tempos atuais. Três quintos de todas as mortes foram causados por doenças, um quinto por lesões e ferimentos e apenas um quinto morreu diretamente em combate.

Sócio-econômicos e culturais
A Guerra Civil Americana drenou os recursos financeiros do Norte e arruinou completamente a economia do Sul. O custo total da guerra foi de 115 bilhões de dólares. Grande destruição ocorreu no Sul por causa da guerra. Inúmeras fábricas, estabelecimentos comerciais e residências foram destruídos e campos foram queimados pelos soldados do Norte. O monopólio mundial do algodão sulista foi destruído. Imediatamente após a guerra houve o aparecimento de grandes ressentimentos e atritos entre a população do Sul e do Norte dos Estados Unidos, que perduraram por várias gerações. Ressentimentos da população sulista contra o Partido Republicano, o partido de Abraham Lincoln, também surgiram. Os republicanos teriam grandes dificuldades em vencer quaisquer eleições federais até a década de 1970, e mesmo em tempos atuais, os Estados do Sul são governados em sua grande parte por democratas.

Nenhum programa governamental foi previsto para a integração profissional e econômica do Sul aos Estados Unidos da América. O Sul perdeu toda sua influência política, econômica e cultural nos Estados Unidos. Os ideais tradicionais do Sul passaram a não ter nenhuma influência no governo federal. Enquanto o conflito assolava os Estados americanos, a exportação de algodão pelos Estados do Sul ao Reino Unido ficou altamente prejudicada - o setor têxtil inglês a importar algodão de duas de suas colônias - o Egito e a Índia, e também incentivando outros países produtores de algodão - inclusive, o setor algodoeiro no Brasil. Foi o "surto nas exportações brasileiras de algodão".

A Guerra Civil Americana causou a urbanização das terras do oeste e das áreas centrais norte-americanas, contribuindo ainda mais para o crescimento da economia, a expansão industrial e o desenvolvimento do capitalismo dos Estados Unidos.

Apesar das dificuldades financeiras enfrentadas pela União ao longo da guerra, graças ao esforço de guerra, o Norte cresceu de maneira surpreendente, principalmente na metalurgia, transporte ferroviário, armamentos e naval. Além do desenvolvimento tecnológico, houve ganhos no campo da medicina, escolas e instituições de ensino superior. O comércio cresceu de maneira exponencial, espalhando-se para todo o território americano. O padrão de cultura dos Estados Unidos passou a ser o ideal nortista de "trabalho duro, educação e liberdade econômica a todos", e que eventualmente, faria dos Estados Unidos a maior potência econômica do mundo.

Mais de 60 mil livros e artigos foram escritos sobre a Guerra Civil Americana, fazendo desta guerra uma das guerras sobre as quais mais se escreveu na história da literatura. O poeta americano Walt Whitman predisse, corretamente, após o fim da guerra: "Uma grande literatura deverá surgir desta era de quatro anos".

Efeitos no militarismo
A Confederação foi abolida pela União, e os Estados rebeldes foram ocupados por tropas da União até 1877.

A Guerra Civil Americana é considerada por vários historiadores como a primeira guerra moderna. O conflito gerou vários avanços na área militar. Táticas e armas foram criadas e introduzidas, que seriam largamente usadas nas próximas décadas, até o começo do século XX. Entre as principais inovações da guerra está a invenção de rifles que podiam atirar várias balas antes de serem recarregados, e o uso das primeiras metralhadoras.

A Guerra Civil Americana foi a primeira guerra onde balões foram utilizados com o propósito de patrulhamento aéreo. Pela primeira vez, ironclads foram utilizados em guerra, bem como submarinos capazes de destruir outros navios. Minas terrestres e aquáticas foram outras inovações. Além disso, pela primeira vez na história mundial, ferrovias foram usadas para movimentar um grande número de soldados de uma região para outra, em questão de poucos dias. O telégrafo também foi usado, para comunicação, pela primeira vez.

Além disso, a Guerra Civil Americana é considerada uma guerra moderna por causa da grande destruição gerada. Foi a primeira guerra total do mundo, onde todos os recursos disponíveis foram usados por ambos os lados para os esforços de guerra.

Fim da escravidão
A Constituição americana de 1776 dizia que "todos os homens são iguais". Ironicamente, após a independência ter sido alcançada, e até o fim da Guerra Civil Americana, os Estados Unidos eram o maior país escravista do mundo. Após o fim da guerra, os americanos tentaram fazer esta igualdade uma realidade no país, através da aprovação da 13ª Emenda à Constituição americana, tendo sido ratificada no final de 1865, e que acabou oficialmente com a escravidão no país. A 14ª Emenda foi aprovada em 1868, definia cidadania e dava ao governo federal amplos poderes para forçar os Estados a fornecerem proteção igualitária às leis. A 15ª Emenda foi aprovada em 1870, e dava a todos os afro-americanos do sexo masculino maiores de idade o direito de voto.

Porém, o lugar dos afro-americanos na sociedade americana continuou indefinido, e os afro-americanos continuaram a ser marginalizados em todo país, uma vez que leis antidiscriminação ainda não existiam na época. O sul seria ocupado por tropas do Norte até 1877, e diversos afro-americanos foram colocados em posições importantes do governo dos Estados sulistas, pelo governo americano. A maior parte da população sulista sentiu-se humilhada com estas medidas, favorecendo o surgimento de sociedades secretas como os Cavaleiros da Camélia Branca e a Ku Klux Klan, que empregavam a violência para perseguir os afro-americanos e defender a segregação racial.

União
Alguns historiadores acreditam que a guerra tenha sido a maior falha da democracia. Afinal, como o próprio Lincoln disse no final da guerra: "A guerra foi uma segunda instância, da votação à bala".

O único lema dos Estados Unidos então era "E Pluribus Unum", que significa "De Muitos Um". O lema é uma referência à criação dos Estados Unidos das 13 antigas colônias britânicas. Mas as divergências existentes entre o Norte e o Sul criaram um sentimento de indecisão nos americanos - a escolha entre formar uma única grande nação ou várias nações menores. Porém, o desfecho da guerra claramente estabeleceu que os Estados, por si só, não têm o direito ou o poder de sair da União.

Refugiados
Após a derrota e a recessão político-econômica que se seguiu no Sul, muitos confederados migraram para outras regiões dos Estados Unidos (primariamente, para o Norte e o Oeste americano). Os Estados confederados em conjunto (com exceção da Flórida e do Texas) sofreram em conjunto um decréscimo populacional de cerca de 300 mil habitantes na década de 1870, 450 mil na década de 1880 e 550 mil na década de 1890. Muitos dos confederados que abandonaram o Sul americano emigraram para outros países, entre eles o Brasil, buscando fugir não somente da recessão econômica, bem como da perseguição e discriminação que se seguiu contra a população confederada. Essa fuga consistiu no maior êxodo populacional da história dos Estados Unidos.

Os confederados encontraram no Brasil terra produtiva para o plantio de culturas das quais eles tinham ampla experiência, como algodão, milho e melancia. Não se sabe ao certo o número de confederados que abandonaram os Estados Unidos e se instalaram no Brasil. Estimativas variam entre quatro mil a vinte mil confederados que imigraram para o Brasil, onde se instalaram primariamente em Santa Bárbara d'Oeste, no interior de São Paulo.

Fontes: Carton, Bruce. Reflections on the Civil War. Doubleday Books, 1981| Kirchberger, Joe H. Civil War and Reconstruction: an Eyewitness History. Facts on File, 1991 | Barney, William L. Battleground for the Union: the Era of the Civil War and Reconstruction. Prentice Hall, 1990. | Infopédia, Editora Porto, Porto, Lisboa.

DOCUMENTÁRIO 8º ANO

A GUERRA DE SECESSÃO

O intenso crescimento territorial dos Estados Unidos na primeira metade do século XIX, acompanhado de um rápido aumento da população, com muitos imigrantes europeus atraídos pela facilidade de adquirir terras, tornava ainda mais flagrante, o contraste entre o desenvolvimento do norte e o atraso do sul.

No norte, o capital acumulado durante o período colonial, criou condições favoráveis para o desenvolvimento industrial cuja mão-de-obra e mercado, estavam no trabalho assalariado. A abundância de energia hidráulica, as riquezas minerais e a facilidade dos transportes contribuíram muito para o progresso da região, que defendia uma política econômica protecionista. Já o sul, de clima seco e quente permaneceu atrasado com uma economia agro-exportadora de algodão e de tabaco, baseada no latifúndio escravista. Industrialmente dependente, o sul era franco defensor do livre-cambismo, caracterizando mais um contraponto com a realidade do norte.

O Acordo de Mississipi em 1820 proibia a escravidão acima do paralelo 36º40'. Em conseqüência, o presidente Monroe, que assinara o tratado, foi homenageado com a denominação de "Monróvia", para capital do Estado da Libéria, fundado na África em 1847, para receber os escravos libertados que quisessem voltar à sua terra. Em 1850 foi firmado o Compromisso Clay, que concedia liberdade para cada Estado da federação decidir quanto ao tipo de mão-de-obra.

Em 1852, Harriet Beecher Stowe publicou a romance abolicionista A Cabana do pai Tomás, que vendeu 300 mil cópias só no ano de sua edição, sensibilizando toda uma geração na luta pelo abolicionismo. Dois anos depois surgia o Partido Republicano, que abraçou a causa do abolicionismo.

Em 1859, um levante de escravos foi reprimido na Virgínia e seu líder John Brow foi enforcado, transformando-se em mártir do movimento abolicionista. No ano seguinte, o ex-lenhador que chegou a advogado, Abraham Lincoln, elegeu-se pelo novo Partido Republicano. O Partido Democrata, apesar de mais poderoso, encontrava-se dividido entre norte e sul, o que facilitou a vitória de Lincoln, um abolicionista bem moderado que estava mais preocupado com a manutenção da unidade do país. Em campanha Lincoln teria afirmado que "Se para defender a União eu precisar abolir a escravidão, ela será abolida, mas se para defender a União eu precisar manter a escravidão, ela será mantida". Apesar da questão do escravismo ser apenas secundária para Lincoln, o mesmo era visto pelos latifundiários escravistas do sul como um verdadeiro revolucionário.

A eleição de para a presidência dos Estados Unidos aborreceu os sentimentos dos dirigentes políticos dos estados do sul, cuja economia se baseava na cultura intensiva com recurso sistemático à mão-de-obra escrava. No seu discurso de tomada de posse, Lincoln reafirmara o propósito de preservar a unidade da nação americana, colocando à parte a idéia de forçar a abolição do sistema escravagista. Tal atitude não foi suficiente para tranquilizar os elementos mais radicais dos estados do sul, que se constituíram numa Confederação que se separou da União e desencadeou operações militares contra as tropas desta, estacionadas em Fort Sumner (12 de Abril de 1861).

O conflito deste modo desencadeado foi favorável à Confederação durante o primeiro ano de guerra, mas a situação inverteu-se a partir da primavera de 1862, terminando com a derrota militar da Confederação sulista. O Norte, dirigido por Lincoln, dispunha de vantagens significativas, de entre as quais se devem destacar as seguintes:

- Uma população mais numerosa, na ordem dos 22 milhões de habitantes, contra os 9 milhões do sul, dos quais pelo menos um terço eram escravos;
- Agricultura apta a produzir gêneros alimentícios em quantidade e variedade capaz de alimentar não apenas a população civil mas ainda as tropas na frente de combate, enquanto a produção agrícola do sul se limitava a gêneros de exportação, não comestíveis, como o algodão;
- Forte capacidade industrial, aproximadamente cinco vezes superior a do Sul, incluindo o exclusivo quase completo da indústria de armamento.

Enquanto Lincoln colocava a tônica no desiderato de defender a União, recusando ao Sul o direito de se separar do todo nacional, o Sul insistia no seu direito à independência. A questão da escravatura foi assim ficando secundarizada e só voltou ao primeiro plano quando Lincoln (num momento em que se podia já prever a derrota da Confederação, embora à custa de grandes sacrifícios) decidiu introduzir um novo elemento dinamizador da opinião pública do Norte, que simultaneamente funcionasse como fator de desencorajamento da opinião pública do Sul. Fê-lo assinando, em 22 de setembro de 1862, a Proclamação de Emancipação dos escravos, na qual se estipulava que os escravos que vivessem no território da Confederação passariam a ser pessoas livres a partir de 1º de Janeiro seguinte. Deu assim uma grande satisfação ao movimento abolicionista, em cujas preocupações a abolição da escravatura ocupava o primeiríssimo lugar, mudando deste modo o sentido da guerra. A partir deste momento, a guerra trava-se com dois objetivos, um de carácter político (a preservação da unidade nacional) e outro de natureza social (o fim da escravatura), este último com fortes implicações na economia do país.

Passada a primeira fase vitoriosa da guerra, o Sul rapidamente compreendeu que não poderia sair vencedor, mas nem por isso diminuiu o seu esforço bélico. As suas tropas bateram-se sempre com extrema bravura até a rendição final, em 9 de abril de 1865. A batalha mais feroz foi certamente a de Gettysburg (ilustração abaixo), travada durante três dias, com um balanço final superior a cinqüenta mil mortos. Para homenagear os caídos em combate, Lincoln pronunciou um breve discurso, em 19 de maio de 1863, no qual acrescentou uma outra dimensão à guerra - a defesa da democracia, definida como "o governo do povo, pelo povo e para o povo".


A Guerra Civil Americana, também denominada Guerra da Secessão, produziu maior número de baixas que qualquer outro conflito em que os Estados Unidos se envolveram. Contaram-se mais de 600.000 mortos e metade do país ficou em ruínas. A reconstrução da economia do país (especialmente a do Sul) foi penosa e longa. A unidade nacional foi preservada, e a abolição da escravatura, proclamada por Lincoln, foi pouco depois consagrada na Constituição (13ª Adenda). O próprio Lincoln caiu vítima de um atentado perpetrado por um radical sulista. Os negros, agora livres, integraram-se no mercado de trabalho como assalariados, mas encontraram enormes dificuldades na conquista da igualdade real. As perseguições brutalíssimas por parte de organizações racistas como o Klu Klux Klan e as discriminações de várias ordens (no direito eleitoral, no mercado de emprego, no acesso ao ensino e à habitação etc.) de que foram vítimas só foram eficazmente combatidas por um amplo movimento social encabeçado por Martin Luther King Jr., na década de 60 do século passado.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Bullying: problema real

Encarado como um problema grave e universal, o bullying começa a se transformar também em um objeto de um número cada vez maior de estudos e pesquisas. Confira nossa nova matéria e participe dos debates na rede!

Recentemente, o termo inglês "bullying" foi incorporado com sucesso ao vocabulário de professores, coordenadores pedagógicos e estudantes de todo o Brasil. O conceito, derivado da palavra “bully” (valentão, em português), pode ser definido como qualquer atitude agressiva (física ou emocional) exercida por um ou mais indivíduos, tendo como finalidade a intimidação, humilhação ou agressão da vítima. O assunto, no entanto, embora incorporado à agenda pedagógica brasileira, está longe de ser conhecido em suas especificidades. Por muito tempo, a prática do “bullying” foi subestimada ou mesmo ignorada por professores, pais e especialistas em educação. Esse cenário só mudou nos últimos anos, quando pesquisadores e os meios e comunicação passaram a publicar estudos que mostravam que esse tipo de violência é muito mais antiga, universal e danosa do que se imaginava.

Em 2011, a discussão sobre “bullying” foi intensificada com os trágicos acontecimentos ocorridos no dia 7 de abril, na Escola Municipal Tasso da Silveira, localizada no bairro de Realengo, Rio de Janeiro. Na ocasião, Wellington Menezes de Oliveira, de 23 anos, entrou armado nas dependências da escola e disparou contra diversos alunos . No total, doze pessoas foram mortas. Wellington – um ex-aluno da escola – cometeu suicídio em seguida. Dias depois, as autoridades descobriram vídeos e uma carta do atirador, no qual ele dava como justificativa as agressões sofridas por ele em sua época de estudante. A justificativa dividiu os especialistas, provocou polêmicas na esfera pública, mas independente do que se disse a respeito, o “bullying” consolidou-se de vez como uma questão verdadeiramente nacional.

O que motiva o comportamento agressivo de certos adolescentes ainda não é algo totalmente conhecido. Muitos educadores, porém, acreditam que o fenômeno pode estar intimamente associado à maneira como as diferenças no ambiente escola (físicas, sociais, materiais, emocionais, até mesmo verbais) são conhecidas e enfrentadas pelos alunos. A escola, por excelência, é a primeira experiência do ser humano com a sociedade não-familiar. É na escola que a criança se depara pela primeira vez com o diferente, com o assimétrico. Quando este contato não é positivo, pode haver dano à sociabilidade, algo que é potencializado durante a adolescência, quando o jovem está em pleno processo de construção identitária. É neste momento que pode ocorrer o comportamento agressivo e/ou de submissão à agressão do outro.

É preciso dizer, no entanto, que a escola não é a única explicação para o problema. O “bullying” também pode estar relacionado a traumas pessoais bastante específicos, problemas familiares ou ainda a insucessos (de aprendizagem ou de relacionamentos) da criança e do adolescente no decorrer de sua formação. Isso, porque a prática do “bullying” quase sempre está associada à necessidade de afirmação social, à necessidade de retomar um equilíbrio perdido ou nunca alcançado. Uma pesquisa da Universidade da Califórnia publicada no American Sociological Review concluiu que o "bullying" é praticado como uma forma de ganhar popularidade, sendo seus principais alvos garotos com status médio ou alto entre seus colegas. No total, foram ouvidos 3.722 alunos dos últimos anos do ensino fundamental de três condados no Estado da Carolina do Norte, nos Estados Unidos.

Pesquisas ajudam a entender melhor o fenômeno

Com a calorosa discussão pública sobre o “bullying”, os pesquisadores brasileiros vêm se dedicando cada vez mais ao estudo do fenômeno. E não se trata apenas de pesquisadores da área da educação. De muitas formas, o assunto vem sendo visto também como uma questão na área de saúde. Prova disso, é o livro "Bullying - mentes perigosas nas escolas", da médica Ana Beatriz Barbosa Silva. O livro se tornou um verdadeiro best-seller ao vender mais de 400.000 cópias no Brasil. No livro, Ana Beatriz faz um inventário de vários tipos de violência e mostra como esta prática está associada à desigualdade de poder ou também à baixa auto-estima.

As pesquisas mostram outros aspectos interessantes do problema. Os próprios alunos estão preocupados com o "bullying". Pelo menos é que aponta um estudo da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo.Entre os meses de janeiro de 2008 e janeiro de 2010, 20% das dúvidas no Disque-Adolescente eram sobre dificuldades de relacionamento na escola por causa do bullying.Dúvidas sobre anticoncepção também são freqüentes, respondendo por 33,2% das ligações feitas ao serviço.Sexualidade responde por 19,2% e obstétricas, 21,2%.

Outra pesquisa sobre o tema derruba um mito: o de que o "bullying" está atrelado a uma determinada classe social. Quem desmente esse tipo de avaliação é um estudo apresentado nesta segunda-feira pelo Unicef (Fundo das Nações Unidas pela Infância, realizado em parceria com a FLACSO (Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais, na Argentina. De acordo com o trabalho "Clima, conflitos e violência na escola", diferentemente do que se imaginava, os estudantes das classes mais vulneráveis socialmente não são necessariamente os mais violentos nas escolas.Nas escolas privadas pesquisadas, 13,2% dos alunos disseram que já foram alvos da crueldade de seus companheiros e 15,1% foram satirizados por alguma característica física. Já nas públicas da pesquisa, esses números são de 4,3% e 12,9%, respectivamente.

No Brasil, por sua vez, o IBGE preparou uma espécie de "mapa do bullying". Segundo o estudo do órgão, Brasília está no primeiro lugar na prática de "Bullying". 35,6% dos estudantes entrevistados do DF disseram ser vítimas constantes da agressão. Belo Horizonte, em segundo lugar com 35,3%, e Curitiba, em terceiro lugar com 35,2 %, foram, junto com Brasília, as capitais com maior freqüência de estudantes que declararam ter sofrido bullying alguma vez.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

atividade direcionada para o 7º ano

TEXTOS E DOCUMENTOS

“O homem que queira em tudo agir como bom acabará arruinando- se em meio de tantos que não são bons.
Assim, o Príncipe deve aprender a não ser bom e usar ou não o aprendido, de acordo com a necessidade. Deve lembrar-se que os homens receiam menos ofender aqueles que amam do que aqueles que temem.
O Príncipe defende o Estado com boas armas e com bons amigos; e sempre que tiver boas armas, terá bons amigos.
Julgo melhor ser impetuoso do que cauteloso, porque a sorte é mulher e é necessário, para dominá-la, bater-lhe e feri-la. Ainda, como mulher que é. a sorte ama os jovens, porque estes são menos cautelosos, mais bravios e com maior audácia a dominam.”

MAQUIAVEL
O Príncipe (Fragmentos)
1. Qual a passagem do texto em que o autor defende que o poder da força fala mais alto do que as alianças entre amigos?
2. Qual a idéia de mulher presente no texto? Explique.

3. Relacione o atual significado da palavra maquiavélico com as idéias presentes nesse texto.

atividade direcionada para o 8º ano

Em 1854, o cacique Seatle enviou uma carta ao presidente dos Estados Unidos, FrankIin Pierce, que desejava comprar uma imensa faixa de terra de sua tribo. A carta tornou-se famosa como um documento poético, de profundo amor e respeito pela natureza.

“A terra é sagrada
Como podeis vós comprar ou vender o céu, o calor, a terra? A idéia nos parece estranha.
Se nós possuímos a frescura do ar e os espelhamentos da água. de que maneira poderá V. Ex. comprá-los?
Cada pedaço desta terra é sagrado para meu povo. Cada espinho luminoso do pinheiro, cada rio areento, cada bruma nos bosques, cada clareira, cada zoeira de insetos é sagrado na lembrança e na vivência de meu povo. A seiva que corre nas árvores lembra meu povo.
Os mortos dos homens brancos esquecem onde nasceram, já que vão passear dentre as estrelas.
Nossos mortos jamais esquecem esta terra magnífica, pois ela é a mãe do homem vermelho. Nós somos uma parte da terra e ela faz parte de nós. As flores perfumadas são nossas irmãs; o cervo, o cavalo, a grande águia são nossos irmãos. As cristas rochosas, os aromas das pradarias, o calor de nossos cavalos e o homem — todos são da mesma família.
Assim, o Grande Chefe de Washington, mandando dizer que quer comprar nossa terra, está pedindo demais a nós. Manda o Grande Chefe dizer que nos reservará lugares onde poderemos viver, confortavelmente entre nós. Ele será nosso pai e, nós, seus filhos. Pensaremos, portanto, na vossa oferta de comprar nossa terra. Mas não será fácil. Pois esta terra, para nós, é sagrada.
O homem branco trata o ambiente como inimigo
Sabemos que o homem branco não entende de nossos costumes. Um pedaço de terra parece, a ele, o pedaço da terra vizinho, pois é um estranho que chega, ás escuras, e se apossa da terra de que tem necessidade.
A terra não é sua irmã, mas sua inimiga, e uma vez conquistada, o homem branco vai mais longe. Ele abandona o jazigo de seus avós e isso não o aborrece. Ele tira a terra de seus filhos, e isso não o aborrece. O túmulo de seus avós e o patrimônio de seus filhos caem no esquecimento. Ele trata sua mãe, a terra, e seu irmão, o céu, como mercadorias de compras, a pilhar, a vender como carneiros ou pérolas brilhantes. Seu apetite arrasará a terra e não deixará nela mais que um deserto.
Os animais são nossos irmãos
Nós pensaremos, portanto, na vossa oferta de comprar nossas terras. Mas, se decidirmos aceitá-la, eu porei uma condição: o homem branco deve tratar os animais selvagens como irmãos.
Eu sou um selvagem e não conheço outra maneira de viver. Vi mais de mil bisontes apodrecendo nos campos, abandonados pelo homem branco, que os abateu de um trem que passava. Eu sou um selvagem que não compreende como o ‘cavalo de ferro’, largando fumaça, pode ser mais importante que o bisonte que nós matamos só para viver.
O que é o homem sem os animais? Se todos os animais desaparecerem, o homem morrerá dentro de uma grande solidão. Assim, o que aconteceu aos animais, acontecerá, brevemente, aos homens. Todas as coisas dependem umas das outras.”


Jorna/da Tarde. São Paulo, 9ago. 1978.
(Fragmentos)
1. Por que o cacique Seatle acha muito difícil a idéia de vender sua terra ao presidente dos Estados
Unidos? Explique.
2. O homem branco trata a terra como sua inimiga. Como o texto procura demonstrar essa afirmação?

3. Selecione um trecho desse documento que você considere um exemplo significativo de respeito à natureza. Depois, faça um comentário sobre o trecho selecionado.

Atividade para o 9º ano

TEXTOS E DOCUMENTOS

0 fascismo não acredita na possibilidade nem na utilidade de uma
paz permanente. Somente a guerra exige. ao maximo. as energias humanas
imprime um sinal de nobreza aos povos. Para os fascistas, a vida é
combate incessante.
O essencial do fascismo é sua concepçáo de Estado. Tudo no Estado. Nada contra o Estado. Nada tora do Estado.
Se o liberalismo significa indivíduo, o fascismo significa Estado. Para nós, fascistas, o indivíduo está subordinado às necessidades do Estado.
O fascismo luta para que o Estado seja forte, organizado e tenha, ao mesrho tempo, uma grande base popular.
 O fascismo não é apenas fundador de instituições. É também educador. Pretende reconstruir
o homem, seu caráter, sua fé. Para atingir esse objetivo, o fascismo conta com autoridade e disciplina capaz de penetrar no espírito das pessoas e aí reinar completamente.”

BENITO Mussolini
Fascismo — novo estilo de vida, 1936.

1. Apresente a concepção de Mussolini sobre a guerra. Comente.

2. Como o fascismo vê a relação entre Estado e indivíduo? Comente.